Hoje estou azeda, essa frase ressoa com você?
Eu brinco que o azedo é na verdade um subproduto da amargura, que é o sentimento que caracteriza o estado do NÃO SER dos Projetores. É o sinal de alerta de que algo ou alguém não é compatível com você naquele momento.
Assim como o azedo, vários outros sentimentos são subprodutos da amargura: ressentimento, cansaço, mau-humor…
A amargura pode ser percebido em diversas situações e muitas vezes surge sem um motivo aparente (explico já) ou por coisas pequenas.
Geralmente o resultado final é um desânimo que toma conta de tudo (não é somente relacionado a uma pessoa, local, ou situação, mas impactando o dia todo, por exemplo). Em níveis mais agravados, uma insatisfação generalizada na vida é percebida, assim como a falta de confiança, a incapacidade de ver graça nas coisas ou de ser grato.
Alguns exemplos de situações do dia a dia para ilustrar estes pontos.
Cansaço: Você é convidado para ir ao restaurante com seus amigos no final do dia. Você já está cansado, mas aceita o convite. No caminho para lá, um sentimento que lembra mau-humor começa a se manifestar, não chega a ser uma irritação, mas você se sente contrariado. Fica com ranço até do menu. Então.. isto é a amargura.
Note que o problema não está no programa, nos amigos ou na escolha do restaurante ou na comida, mas no NÃO SER: você aceitou um convite sem respeitar a resposta correta do seu ser. E como Projetor, este é um limite que não deve ser desrespeitado.
A espera por convites: Li uma vez a seguinte reflexão sobre a espera para o projetor e isso mudou a maneira como encaro este momento (às vezes eu esqueço, mas logo lembro).
“Como a estratégia do projetor é esperar pelo convite, isto pode se tornar rapidamente uma FOMO (Fear of missing out – sentimento de estar sempre de fora ou perdendo uma oportunidade). É fácil para o projetor esquecer que 70% da população somente responde aos estímulos de qualquer coisa que surja na frente (geradores), e achar que nunca será notado ou convidado. Para evitar o desconforto do FOMO, os Projetores iniciarão relacionamentos e convidarão outras pessoas como gostariam de ser convidados. Como isso não está alinhado com sua estratégia, esse esforço é contraprodutivo – investindo tempo e energia em relacionamentos incorretos, sendo usado por outras pessoas e podendo até afastá-las. A amargura ocorre quando se inicia algo e não se chega a lugar nenhum, porque nunca houve um convite. Todo esse esforço apenas reforça os medos de um Projetor: de que nunca atrairá os convites certos.”
Depois de algumas conversas, entendi que um dos maiores aprendizados do Projetor é fazer as pazes com a espera e a confiança na vida. Isto pode parecer difícil em um mundo onde tudo é rápido (isto se amplifica se você for um ser emocional). Não se esqueça que o modo como levamos a vida é moldado pela experiência da maioria.
Falar sem convite: Você está participando de uma reunião na empresa e sabe exatamente o que deve ser feito para solucionar o problema. Você tenta falar, mas ninguém te escuta. De tanto tentar, você consegue falar. As pessoas ouvem, porém não entendem ou não dão importância. Você murcha, tomado por um cansaço: “Nunca me escutam”. Ah o subproduto da amargura. Não existe abertura para você neste local.
Ainda na situação anterior, porém daqui a pouco alguém repete exatamente o que você falou minutos antes. Todos dizem: “Isso!! Ótimo”. Algo parecido com uma frustração toma conta de você. “Eu acabei de falar isto!!” ou pior.. “O outro roubou a minha ideia”. Subproduto da amargura. Você se manifestou sem convite e não foi ouvido.
P.S.: O outro que repetiu o que você sugeriu provavelmente nem ouviu conscientemente o que você falou. Ele não sabe que “roubou” sua ideia, pois não estava escutando!!! Ele está apenas falando em voz alta o que o subconsciente dele captou e reconheceu como uma ótima sugestão.
Pense nesses cenários, mas adapte-os a outras situações…
Uma viagem pelo mundo sem convite…
Um emprego maravilhoso onde você não consegue descansar….
Uma amizade cheia de atividades divertidas, mas a pessoa nunca valoriza ou aprecia seus conselhos.
Veja, todas essas situações são “ótimas”, porém provavelmente não são para você (aqui vale uma análise de cada caso e lembrar que tudo é momentâneo). Se isso se confirmar, a amargura e seus subprodutos se manifestarão. Observe.
O interessante é perceber que tão logo você se retira ou que você se sinta descansado, reconhecido, apreciado ou convidado, a amargura desaparece quase que instantaneamente. Isso ocorre porque você está novamente no seu fluxo.
Estar atento ao NÃO SER ajuda você a não descontar (ou pior: culpar injustamente) o azedume nas pessoas a sua volta. Talvez nestas horas o ideal seja se recolher e identificar em qual momento o não-ser se manifestou e o motivo real. A amargura é sua amiga!
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